segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A mudança: temperatura climática, corporal e afetiva.

É verão, e é explícito que o estes meses não se tratam  apenas da mudança de temperatura, é no verão que tudo acontece, os mais ranzinzas, admitam, verão é mágico.

O calor do Sol transmite às pessoas um ar descontraído, e assim elas simplesmente curtem, e não só o momento ao vivo, mas curtem também contar o que aconteceu,reviver, isso sim nos dá um prazer imenso, entrar no livro de memórias e ele não é preto e branco, porque o verão dá a cor necessária para a descrição perfeita.

O verão marca de todas as formas, pode ser a sensação de que você vai explodir a qualquer momento por ter ficado horas tomando Sol, pode ser uma ressaca incrível, porque você ficou o dia todo bebendo, mas o papo com os amigos estava tão bom que você não percebeu que havia passado do limite do limite, ou pode ser um tão simples, mas complexo amor de verão, passageiro, sem compromissos, laços, mas uma loucura inesquecível; nenhuma rotina resiste a um relacionamento sem nomes, famílias, status, idade, apenas por um pedacinho de vida.

Portanto, obrigado, Sol, praia, biquínis sem pares, axés, reggaes, funks, rocks, surfistas, sorveteiros, dreads, hippies, estátuas de rua, óculos escuros, chinelos de dedos, guarda- sóis, calçadões, chuveiros gelados e tudo o que torna o meu e o seu verão, não mais um, mas O verão, e que para todo o sempre eu enxergue assim o verão e o inverno, pois o equilíbrio destes extremos é o que faz o outono e a primavera, e a vida se encarrega da beleza, não das estações, mas a dos detalhes que as compõe.Assim seja.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Memórias de uma vida sem cor.

 

 

To no silêncio de um motel, e as desesperanças afloram outra vez, tudo começou com um vazio no estômago e um incentivo: uma calcinha vermelha. O que esse simples pedaço de pano representa afinal?Esta peça vai além do superficial, liberta o animal em uma mente centrada um Dionísio na completa razão.

Eu sobrevivo dos desejos primários de homens desequilibrados, eu sou o resultado do erro das relações sem sucesso, e o meu mundo não tem cor pra quem vê de cima.

Eu me acostumei a ser apedrejada, e me acostumei a ser perdoada por um sujeito qualquer e acabar no meu ninho inicial, na cama com um estranho.É pra um estranho que eu vendo a porta do meu corpo, e a sensação de ser usada passa como todos passaram.

Uma vez um garoto me perguntou se eu nunca tinha amado.Eu não soube responder, não pela minha falta de conhecimentos exteriores, mas meu coração não soube nem perguntar.Eu cheguei a conclusão de que eu amava a rua, e tudo o que nela existia, até o soar do amanhecer, este era o meu melhor amante.

O ódio que me desperta mais uma agressão,é o que me incentiva mais uma noite, um dia;este ódio é de revolta, o conheço muito bem, mas tem um ar doce e cativante.

Os meus olhos me revelam, e acima de tudo são repletos de uma carência sem fim, a diferença, é que eu mostro e deixo aberta as minhas feridas enquanto quem me julga as deixa ocultas

Eu pertenço ao subúrbio e o meu espelho é manchado de batom, os meus trapos são restos, cortei, eu cortei, para eles darem vida ao meu corpo esquelético, ao meu único confidente.O meu corpo, que é o cofre da minha memória se manifesta por mim.Eu preciso dos meus extremos para acordar amanhã e colocar a máscara de que a vida vai vir de novo.

Eu faço de conta que eu sou criança na mão de gente grande, e é fantasiando que eu cruzo outra esquina.Sou assim.

  

Vamos comprar nossa cova?

Hoje, tudo o que fazemos é história, nessa velocidade avassaladora de tudo acontecer,a busca constante pelo menor, mais eficiente, e a inquietação interna do que há de mais novo estar em nossa posse.O consumismo.

Se formos pensar nesse mais novo pecado capital, as suas causas e fundamentos, nos infiltraremos nesta faceta comercial do mundo; as frias tecnologias estão interligadas nos mais profundos sonhos de qualquer um hoje em dia.

Que as pessoas se tornam vítimas do consumo, todos sabemos, mas a desigualdade que essas quinquilharias causam à sociedade é a reflexão da nossa situação degredável em questão de violência.

A igualdade tão almejada por quem rouba no mundo do crime, já foi alcançada quanto humano á partir do nascimento de cada vida, então qual é esse empecilho que nos impede de ser vistos linearmente?São os acessórios, os supéfulos, aqueles objetos que quanto mais nos preenchemos com eles mais nos tornamos pessoas com um vão interno.O porquê desse vazio pode ser facilmente explicado por cada um de nós, porque não precisamos de nada disso, o que precisamos é nos desprendermos dessas futilidades que nos prendem a uma ficção, a um brincar de viver.

Amigos, não considerem esse desabafo comunista, mas apenas um manifesto de controle, pois nossos desejos vão gerar um lixo que não é mais orgânico, como nós, mas sim pedaços de ferro, aço, pilhas, que contaminam o lugar orgânico em que vivemos, nos contamina.Suposto exagero, mas a partir do momento em que conjugarmos o verbo consumir, tudo toma outra dimensão.Eu consumo, individual.Ele consome, há pessoas envolvidas.Nós consumimos, se tornou cultural.

Sinceramente, em qual desses três verbos nos situamos?As mocinhas de shopping respondem, a terceira.