domingo, 30 de novembro de 2008

Visão embaçada.


Muitas vezes fico a me perguntar o porquê das coisas, acontecimentos e atitudes.De acordo com as épocas do ano, fomos condicionados a certas ‘’tradições’’, apenas sinônimos de ‘’hipocrisias’’.Começamos com o branco do ano novo e terminamos com o porre do amigo secreto no Natal.

Estas duas situações são de reflexão, momentos em que estabelecemos metas, revemos os nossos conceitos e independente de seita, religião ou crença nos sentimos mortais, enfim, orgânicos.

Não é que estou indo contra as tradições, não tenho esse direito, mas questiono agora, porque não mudar?Porque não inovar?E o mais importante, vamos concretizar.Isso é a construção da extensão do seu futuro; agora somos brasileiros, acomodados por sangue, tudo construído e idealizado a tempos e persistimos nessa felicidade ingênua, passageira e falsa.Temos uma Constituição ultrapassada que não corresponde às nossas necessidades, uma fiscalização precária da nossa riqueza de fauna e flora, uma cultura desperdiçada, uma educação desumana sem falar nas condições pré- primárias de vida, com uma distribuição de renda inexistente.

Todos esses fatores nos ligam automaticamente no canal do ‘’ colocar tudo embaixo do tapete’’, afinal porque nos preocuparmos com a miséria do sertanejo se o Carnaval ta aí?E eu respondo o porquê de se preocupar com ele: Porque ele vive, ele pensa e ele respira, como humano, aspira como você a uma próxima geração melhor, o melhor, realidade bem diferente da consagrada classe- média.A realidade de sentir as lágrimas escorrendo ao pescar o jantar da família, eu particularmente, acredito que um pobre cabeça chata, que caça todos os dias para alimentar as bocas famintas e desnutridas têm mais responsabilidades depositadas em si do que um grande empresário.O que se perde em uma empresa são números, já o que se perde em uma caça mal sucedida é o sorriso de uma criança, é ter de comer novamente abóbora ou então dormir com aquela dor no estômago, saciada apenas pela esperança da manga do quintal estar madura amanhã.A realidade de procurar o trapo da camiseta que já passou por três ou quatro mãos em uma caixa de papelão e usá-la para ir a vaquejada no domingo.A ignorância das festas colossais e das fortunas gastadas em vestidos usados apenas uma vez é o que não os revolta, e um barulho qualquer causado por essas pobres pessoas, sim pessoas, não é encarado como necessidade, um pedaço de terra é o mínimo, o mínimo.

Portanto na ceia deste ano, não fique pensando em devorar o peru, no churrasco do dia seguinte, ou no que a namorada está fazendo, aproveite, reflita, não dê continuidade à hipocrisia, vista os óculos da verdade e não esqueça que a sua família, são seus olhos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A natureza humana.

O vazio das pessoas cansa, o da alma; a desvalorização de cada momento,e ninguém nota o que realmente é lindo; a chuva caindo na janela é linda, em todos os aspectos e cores, o leve suspirar da nossa nobre natureza, uma purificação intensa.

E a magia da vida está em pensar que não somos nada, e como somos mera poeira olhando para o céu, o que nos diferencia é o ângulo em que estamos admirando as nuvens.

Afinal a reunião dos mundos se faz em um pequeno espaço de desapego, na divindade de uma oração ou até melhor, um perdão.

Um exagero, um extremo, é sempre um sinal de humanidade que acarreta aquele instinto de que tudo está ao contrário, parece que ninguém repara ou que não repara para aparecer. Mas essa coisa do ‘’parecer’’ sempre nos faz mais incógnitas, mostramos uma imagem de que não somos, e no final é a nossa imagem que nos define, será que ainda somos agindo desta forma?

Ainda dá tempo de sermos nós mesmos, invada o espaço do teu colega, sem vidros, o invada de calor, de vida, aproveite, pois tudo isso acaba no balanço de um horizonte, de uma aurora.

É,e quando eu venho te mostrar que aquilo pode ser feito caso você queira, lentamente, tu vens com esse papo de idade, isso é barreira, bobeira de gente vazia.

A idade é menor que a ânsia de cada passo, e a melodia de cada dia vai me unir ao elo da felicidade até que tudo se desfaça, mas para que se crie outra vez, há razão mais nobre?

  

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Muita liberdade.

O sentimento por alguém é tão sublime que chega a ser patético, de acordo com os nossos padrões, nossas formas. Toda forma de amor, resgata dentro de qualquer pessoa o melhor e o inesperado, algo surpreendente, quase divino. A brutalidade se desfaz em um flash de memória, só o perfume, o timbre momentâneo acaba com a fissura da vida moderna, essa que anda bem confusa. A mentalidade de: ’’ hoje à noite tudo pode acontecer... ‘’

O vazio transforma as baladas em noites plenamente iguais, podem ser colocadas em latas e serem comercializadas como ervilhas, nessa noite os nomes perdem o sentido de existir, é um acasalamento aberto, livre..

E quem disse que isso é bom?Todos momentaneamente, dizem que é muito bom; mas parece que aquela história de passar por todas as fases também se encaixa aqui.

Todos vão embora, como num amor, mas agora nem lembranças ficam, foram apagadas por grandes doses de álcool, e o que mais marca é a ressaca do outro dia, por algumas horas é presente o passado. Os olhos vermelhos cansarão da vida-vácuo, mas aí ainda estará valendo os sentimentos essenciais para uma relação estável? Ou o desapego destruirá isso também?Os exageros nunca são bem vindos e regredir faz bem às vezes, mas neste caso o bom é não pensar, com gente não se brinca, se ama.

sábado, 22 de novembro de 2008

Um vício legalizado e fora das grades


 

A ordem, as leis são coisas tão sem sentido não?As pessoas são ‘’coisas’’ incontroláveis, manipuláveis sim, mas ninguém tem código de barras. As leis existem para proteger o cidadão?Proteger de quem?De alguém igual a ele?Essas regras são ativas porque algum cristão não se controla, mas isso deveria ser tratado de outra forma. As nossas penitenciárias são depredáveis e não cumprem a função para que foram criadas.Uma pessoa mata, mas ela não se torna um mutante, não é prioridade o porquê e sim o fato cru e frio: ‘’Ele matou!Poderia ter sido você’’!

Vem o medo, mas os nossos medos são superficiais, nós temos medo de morrer com um tiro no peito, mas o começo do novelo de lã nunca é procurado. Se tem tiro, tem arma, tem dinheiro pra comprar, tem gente que financia essa merda.Todos nós somos culpados, direta ou indiretamente, já que cada passo dado implica uma conseqüência, boa ou má, sendo predestinada ou não ela vive, e cada vez mais morre, não só ela né...

Sabe aquele moleque que caiu agora por estar no alvo, avisando que a droga chegou no morro?É sua culpa meu amigo, e minha também.

Isso tudo acontece, esse jogo de culpas não resolve nada confesso, mas é um começo, o meio seria olhar no olho de um cidadão qualquer; apenas, e você se sentirá bem por isso. No fim nós definitivamente chegaríamos à conclusão de que essa é a melhor lei, é cíclica, e cultivando-a todos os dia se torna um vício.Você precisará cheirar uma carreira todos os dias.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Eu sou real.

 

 

Meu fusca tá lá fora, eu sou feliz, eu sou feliz, eu sou livre. Saio pela estrada às seis da manhã, porque eu acordo na hora que eu quero. Eu sou rebelde, eu uso roupas tie-die e curto Nando Reis, não é a mesma coisa que salvar vidas, mas eu faço as pessoas felizes com esse meu jeito alternativo de tocar violão com o coração na boca. Minhas lágrimas voam, não escorrem como as comuns. Eu dou valor ao tempo, ele é maravilhoso, ele cura, e tem o poder de tornar impossível ou talvez inútil nossos desejos de hoje e amanhã. Eu sou dinâmica, instável, não tenho hora e nem dinheiro, não tenho tempo pra isso. Dou valor às insignificâncias humanas e carnais, eu considero divina a concepção de um ser, um mero prazer. E tenho a missão de pensar em mim, ir à feira num domingo de manhã e prestar atenção à velocidade da vida. Eu percebo, eu observo o ritmo dos fatos, cada um tem o seu, cada um é o seu. Eu procuro o mais barato pra me libertar do fútil, eu busco a minha essência que na verdade é o nada, ou o tudo, depende do ponto de vista.O meu é positivo, um buquê de amor. Eu penso em Deus, eu imagino o inferno, eu faço as nuvens do meu mundo, aquilo que me interessa eu sintetizo num olhar, num sussurro de dor. Eu não preciso de voz, de cor, eu passo amor a um indigente pela minha aura praieira; e quem sabe se isso não é felicidade?O meu luxo está em quatro rodas, eu tenho desenhos do meu passado no meu corpo, eu tenho uma cruz, um túmulo, a minha morte vai ser um alívio, um suspiro e só. Sem lágrimas, porque elas voarão comigo.