quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mudar?

A rotina e o conformismo são com toda a certeza o mal do homem. A dinâmica natural das coisas perde facilmente a sua essência e o brilho mágico do desenrolar dos fatos é substituído por algo previsível e monótono.
E hoje eu me pergunto, porque é difícil mudar? Porque algo que fora tão fácil de se tornar hoje se transforma em um pesadelo para se desfazer? 
Mudar, ao contrário de outras decisões não depende de terceiros e consequentemente exige o envolvimento de sentimentos que só competem ao responsável. A mudança é o símbolo da liberdade e do poder de dominação de si mesmo.
A mudança social, política e econômica só é concretizada a partir de uma motivação, uma insatisfação na verdade. Isso é porque hoje no Brasil faltam motivações né?
O Brasil não reage à corrupção, fome, desigualdade pelo comodismo que está impregnado em nossas veias, pela maldita tradição do brasileiro ser aquele que acha solução em qualquer situação. 
 Lamento, mas sou obrigada a declarar que nego este espírito conformista, prezo a mudança porque tenho consciência das mazelas que envolvem a nossa sociedade, a miséria que assola as favelas e os sertões. Sei que não estou fadada a perder o meu poder de crítica e de indignação, não mudarei, não tenho estímulos para fazê-lo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Metamorfose constante.

Cheguei ao ponto de questionar a capacidade de mudança alheia, e minha também.Confesso que acho uma bobagem quem se diz uma metamorfose ambulante, pois para mim ninguém é capaz de mudar completamente em um prazo de tempo tão pequeno, o amadurecimento requer profundidade e não é espontâneo, muitas vezes doloroso.É o caso de cometer um grande erro, para um acerto mias significativo.Quem sabe se filosofar já não é um passo a frente para um crescimento interior?Eu acredito que o amadurecimento não é nada mais que um auto-conhecimento.

Esse estágio de uma pessoa se conhecer não tem parâmetros e nem motivo para comparações, pois quem pode ajudar nesta missão é apenas o seu eu, isto exige uma auto-estima alta, pois ninguém tem curiosidade por quem não acha interessante.

Conhecer várias reações, instintos, talvez seja um modo de se ver no espelho, a busca de uma conclusão em uma entrada pessoal.

Essas distrações, devaneios vão clareando a minha mente, quanto mais me conheço, mais as ouras pessoas agem com obviedade, seremos nós todos iguais?Quando alguém se conhecer plenamente, saberemos.   

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A mudança: temperatura climática, corporal e afetiva.

É verão, e é explícito que o estes meses não se tratam  apenas da mudança de temperatura, é no verão que tudo acontece, os mais ranzinzas, admitam, verão é mágico.

O calor do Sol transmite às pessoas um ar descontraído, e assim elas simplesmente curtem, e não só o momento ao vivo, mas curtem também contar o que aconteceu,reviver, isso sim nos dá um prazer imenso, entrar no livro de memórias e ele não é preto e branco, porque o verão dá a cor necessária para a descrição perfeita.

O verão marca de todas as formas, pode ser a sensação de que você vai explodir a qualquer momento por ter ficado horas tomando Sol, pode ser uma ressaca incrível, porque você ficou o dia todo bebendo, mas o papo com os amigos estava tão bom que você não percebeu que havia passado do limite do limite, ou pode ser um tão simples, mas complexo amor de verão, passageiro, sem compromissos, laços, mas uma loucura inesquecível; nenhuma rotina resiste a um relacionamento sem nomes, famílias, status, idade, apenas por um pedacinho de vida.

Portanto, obrigado, Sol, praia, biquínis sem pares, axés, reggaes, funks, rocks, surfistas, sorveteiros, dreads, hippies, estátuas de rua, óculos escuros, chinelos de dedos, guarda- sóis, calçadões, chuveiros gelados e tudo o que torna o meu e o seu verão, não mais um, mas O verão, e que para todo o sempre eu enxergue assim o verão e o inverno, pois o equilíbrio destes extremos é o que faz o outono e a primavera, e a vida se encarrega da beleza, não das estações, mas a dos detalhes que as compõe.Assim seja.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Memórias de uma vida sem cor.

 

 

To no silêncio de um motel, e as desesperanças afloram outra vez, tudo começou com um vazio no estômago e um incentivo: uma calcinha vermelha. O que esse simples pedaço de pano representa afinal?Esta peça vai além do superficial, liberta o animal em uma mente centrada um Dionísio na completa razão.

Eu sobrevivo dos desejos primários de homens desequilibrados, eu sou o resultado do erro das relações sem sucesso, e o meu mundo não tem cor pra quem vê de cima.

Eu me acostumei a ser apedrejada, e me acostumei a ser perdoada por um sujeito qualquer e acabar no meu ninho inicial, na cama com um estranho.É pra um estranho que eu vendo a porta do meu corpo, e a sensação de ser usada passa como todos passaram.

Uma vez um garoto me perguntou se eu nunca tinha amado.Eu não soube responder, não pela minha falta de conhecimentos exteriores, mas meu coração não soube nem perguntar.Eu cheguei a conclusão de que eu amava a rua, e tudo o que nela existia, até o soar do amanhecer, este era o meu melhor amante.

O ódio que me desperta mais uma agressão,é o que me incentiva mais uma noite, um dia;este ódio é de revolta, o conheço muito bem, mas tem um ar doce e cativante.

Os meus olhos me revelam, e acima de tudo são repletos de uma carência sem fim, a diferença, é que eu mostro e deixo aberta as minhas feridas enquanto quem me julga as deixa ocultas

Eu pertenço ao subúrbio e o meu espelho é manchado de batom, os meus trapos são restos, cortei, eu cortei, para eles darem vida ao meu corpo esquelético, ao meu único confidente.O meu corpo, que é o cofre da minha memória se manifesta por mim.Eu preciso dos meus extremos para acordar amanhã e colocar a máscara de que a vida vai vir de novo.

Eu faço de conta que eu sou criança na mão de gente grande, e é fantasiando que eu cruzo outra esquina.Sou assim.

  

Vamos comprar nossa cova?

Hoje, tudo o que fazemos é história, nessa velocidade avassaladora de tudo acontecer,a busca constante pelo menor, mais eficiente, e a inquietação interna do que há de mais novo estar em nossa posse.O consumismo.

Se formos pensar nesse mais novo pecado capital, as suas causas e fundamentos, nos infiltraremos nesta faceta comercial do mundo; as frias tecnologias estão interligadas nos mais profundos sonhos de qualquer um hoje em dia.

Que as pessoas se tornam vítimas do consumo, todos sabemos, mas a desigualdade que essas quinquilharias causam à sociedade é a reflexão da nossa situação degredável em questão de violência.

A igualdade tão almejada por quem rouba no mundo do crime, já foi alcançada quanto humano á partir do nascimento de cada vida, então qual é esse empecilho que nos impede de ser vistos linearmente?São os acessórios, os supéfulos, aqueles objetos que quanto mais nos preenchemos com eles mais nos tornamos pessoas com um vão interno.O porquê desse vazio pode ser facilmente explicado por cada um de nós, porque não precisamos de nada disso, o que precisamos é nos desprendermos dessas futilidades que nos prendem a uma ficção, a um brincar de viver.

Amigos, não considerem esse desabafo comunista, mas apenas um manifesto de controle, pois nossos desejos vão gerar um lixo que não é mais orgânico, como nós, mas sim pedaços de ferro, aço, pilhas, que contaminam o lugar orgânico em que vivemos, nos contamina.Suposto exagero, mas a partir do momento em que conjugarmos o verbo consumir, tudo toma outra dimensão.Eu consumo, individual.Ele consome, há pessoas envolvidas.Nós consumimos, se tornou cultural.

Sinceramente, em qual desses três verbos nos situamos?As mocinhas de shopping respondem, a terceira.

domingo, 30 de novembro de 2008

Visão embaçada.


Muitas vezes fico a me perguntar o porquê das coisas, acontecimentos e atitudes.De acordo com as épocas do ano, fomos condicionados a certas ‘’tradições’’, apenas sinônimos de ‘’hipocrisias’’.Começamos com o branco do ano novo e terminamos com o porre do amigo secreto no Natal.

Estas duas situações são de reflexão, momentos em que estabelecemos metas, revemos os nossos conceitos e independente de seita, religião ou crença nos sentimos mortais, enfim, orgânicos.

Não é que estou indo contra as tradições, não tenho esse direito, mas questiono agora, porque não mudar?Porque não inovar?E o mais importante, vamos concretizar.Isso é a construção da extensão do seu futuro; agora somos brasileiros, acomodados por sangue, tudo construído e idealizado a tempos e persistimos nessa felicidade ingênua, passageira e falsa.Temos uma Constituição ultrapassada que não corresponde às nossas necessidades, uma fiscalização precária da nossa riqueza de fauna e flora, uma cultura desperdiçada, uma educação desumana sem falar nas condições pré- primárias de vida, com uma distribuição de renda inexistente.

Todos esses fatores nos ligam automaticamente no canal do ‘’ colocar tudo embaixo do tapete’’, afinal porque nos preocuparmos com a miséria do sertanejo se o Carnaval ta aí?E eu respondo o porquê de se preocupar com ele: Porque ele vive, ele pensa e ele respira, como humano, aspira como você a uma próxima geração melhor, o melhor, realidade bem diferente da consagrada classe- média.A realidade de sentir as lágrimas escorrendo ao pescar o jantar da família, eu particularmente, acredito que um pobre cabeça chata, que caça todos os dias para alimentar as bocas famintas e desnutridas têm mais responsabilidades depositadas em si do que um grande empresário.O que se perde em uma empresa são números, já o que se perde em uma caça mal sucedida é o sorriso de uma criança, é ter de comer novamente abóbora ou então dormir com aquela dor no estômago, saciada apenas pela esperança da manga do quintal estar madura amanhã.A realidade de procurar o trapo da camiseta que já passou por três ou quatro mãos em uma caixa de papelão e usá-la para ir a vaquejada no domingo.A ignorância das festas colossais e das fortunas gastadas em vestidos usados apenas uma vez é o que não os revolta, e um barulho qualquer causado por essas pobres pessoas, sim pessoas, não é encarado como necessidade, um pedaço de terra é o mínimo, o mínimo.

Portanto na ceia deste ano, não fique pensando em devorar o peru, no churrasco do dia seguinte, ou no que a namorada está fazendo, aproveite, reflita, não dê continuidade à hipocrisia, vista os óculos da verdade e não esqueça que a sua família, são seus olhos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A natureza humana.

O vazio das pessoas cansa, o da alma; a desvalorização de cada momento,e ninguém nota o que realmente é lindo; a chuva caindo na janela é linda, em todos os aspectos e cores, o leve suspirar da nossa nobre natureza, uma purificação intensa.

E a magia da vida está em pensar que não somos nada, e como somos mera poeira olhando para o céu, o que nos diferencia é o ângulo em que estamos admirando as nuvens.

Afinal a reunião dos mundos se faz em um pequeno espaço de desapego, na divindade de uma oração ou até melhor, um perdão.

Um exagero, um extremo, é sempre um sinal de humanidade que acarreta aquele instinto de que tudo está ao contrário, parece que ninguém repara ou que não repara para aparecer. Mas essa coisa do ‘’parecer’’ sempre nos faz mais incógnitas, mostramos uma imagem de que não somos, e no final é a nossa imagem que nos define, será que ainda somos agindo desta forma?

Ainda dá tempo de sermos nós mesmos, invada o espaço do teu colega, sem vidros, o invada de calor, de vida, aproveite, pois tudo isso acaba no balanço de um horizonte, de uma aurora.

É,e quando eu venho te mostrar que aquilo pode ser feito caso você queira, lentamente, tu vens com esse papo de idade, isso é barreira, bobeira de gente vazia.

A idade é menor que a ânsia de cada passo, e a melodia de cada dia vai me unir ao elo da felicidade até que tudo se desfaça, mas para que se crie outra vez, há razão mais nobre?